Um sábado perfeito no Fazendão, em Juquitiba. Sol o dia inteiro, recorde de participantes, sucesso da natação, famílias competindo juntas e nomes que fizeram a história do triatlo brasileiro
Juquitiba recebeu a segunda etapa da temporada 2024 do Rocky Mountain Games em um sábado (15) ensolarado, com temperatura digna de um dia de verão, batendo na casa dos 29 graus. O clima, aliado à exuberância da Mata Atlântica, preservada no Fazendão, compôs o cenário perfeito para o maior festival de esportes outdoor e cultura de montanha do Brasil. As tribos de corredores e bikers deram as boas vindas aos nadadores, estreantes no evento. Ao todo, mais de 850 atletas competiram, um recorde entre as edições anteriores no local. E junto às centenas de amadores, duas lendas do esporte, Alexandre Ribeiro e Alexandre Manzan, fizeram questão de participar.
Manzan - um dos maiores nomes do triatlo brasileiro - tricampeão pan-americano, campeão sul- americano e campeão mundial de duathlon, entre outros títulos - venceu os 750km de natação e também o Gravel. “Não sou mais atleta profissional em função de uma lesão no tornozelo que não me permite treinar em intensidade, mas sigo praticando esporte. E a experiência me ajudou nas provas aqui em Juquitiba, esse lugar lindo, com essa represa maravilhosa que já merecia uma prova de natação há tempos. Isso aqui é o paraíso na Terra. As trilhas então são perfeitas”,disse.
Dono de seis troféus de campeão do Ultraman e um dos responsáveis pelo crescimento do triatlo no Brasil, Alexandre Ribeiro também rasgou elogios ao Rocky Mountain Games Juquitiba. “Esse local é fantástico e as trilhas são incríveis. A ideia de fazer essa prova, com esses percursos, é o filé mignon tanto para provas de Trail Run como Mountain Bike e Gravel. Com toda essa estrutura e variedade de trilhas, o Fazendão tem potencial para receber provas do circuito mundial”, afirmou.
Caco Alzugaray, publisher da Rocky Mountain Sports Content e amigo da dupla que fez histórias e abriu caminhos para o triatlo nacional, gostou de saber da aprovação das lendas do esporte e também de constatar o crescimento do evento. “Juquitiba é nossa etapa xodó, especialmente por ser no Fazendão. E neste ano, além do recorde de público, com crescimento de 40% em relação ao ano anterior, tivemos um dia com tempo bom. Sem a chuva dos anos anteriores, as trilhas, que já são gostosas, ficaram ainda melhores, com piso firme e terra macia. Esgotamos todas as inscrições, inclusive na natação, que é uma comunidade que começamos a conquistar. Acredito que em 2025 teremos o dobro ou até o triplo de nadadores”, comentou.
Outro dado que encheu os olhos dos organizadores foi a influência do Rocky Mountain Games no desenvolvimento do esporte local. A equipe JuquiRun contava com 100 corredores em 2023 e levou 20 para competir na etapa de Juquitiba. Neste ano, foram 60 inscritos e o grupo dobrou de tamanho, agora com 200 atletas. Outro exemplo é o JuquiBikers, formado neste ano. Após o primeiro evento, na etapa de Atibaia, o grupo de 20 bikers conta agora com 73, reunindo 40 para pedalar no Fazendão. ”Nossa missão é estimular e incluir as comunidades locais. E é muito bom ver isso acontecer. A partir disso, eles passam a viver mais em contato com a natureza, por meio dos esportes outdoor”, completou Caco.
Bom demais - Não foram apenas os ídolos Manzan e Ribeiro a rasgar elogios à etapa de Juquitiba. O sentimento geral pode ser expressado nas palavras da jovem nadadora, e um veterano corredor. Ísis de Miranda, de 12 anos, veio de Curitiba especialmente para nadar na Represa Cachoeira do França e adorou o evento. “A estrutura e o suporte para os atletas é muito bom. Gostei muito de tudo”, atestou a jovem, que compete há sete anos e sonha com uma medalha olímpica na modalidade águas abertas. Molhado, mas de suor, Silvano Lima Filho, o Canelinha, comemorava seu segundo título seguido no Trail Run 21km do Rocky Mountain Games. “Corri e ganhei também em Atibaia. Aqui em Juquitiba é maravilhoso, um lugar fenomenal, com percurso rápido, ótimas trilhas, organização perfeita, boas marcações e hidratação”, comentou ele, que é de Elias Fausto, no interior paulista, e atleta de elite em provas de rua.
Em Família - Enquanto a pequena Isabela, de 9 anos, se divertia no Acampamento Go Outside de Aventura, seus pais competiam pela primeira vez no Rocky Mountain Games. Daniela Castello Costa Girardi correu 21k e Marcio Ribeiro Porto Neto encarou os 3 mil metros de natação. “Vai ser a primeira de uma série. Estou apaixonada. Nunca vi um evento desses no Brasil. Aqui, uniu o que a gente gosta: esporte, família, show de rock. Trouxemos nossa filha com a gente em uma competição pela primeira vez, porque antes, não encontramos opções que tivessem lugar e estrutura para deixar as crianças”, disse Daniela, que comemorou o aniversário de 47 anos no sábado. “Vale ressaltar a qualidade da organização, desde a marcação de trilhas e disposição das boias na água até os banheiros”, completou Marcio.
Duas pernas e quatro patas - O Canicross é uma das marcas registradas do Rocky Mountain Games que reuniu 72 duplas em Juquitiba. Matheus Oliveira e o greyster Joseph repetiram em Juquitiba-2024 o título conquistado em Atibaia-2022. “Estou voltando de lesão após o Campeonato Mundial da Espanha, em novembro do ano passado, no qual conquistamos o quinto lugar. E por conta do calendário internacional, eu não consegui participar do Rocky Mountain Games no ano passado. O percurso aqui em Juquitiba foi desafiador e divertido, do jeito que os cães gostam”, afirmou o atleta, que aproveitou a prova como parte da preparação para o próximo mundial, em outubro, na Itália.
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